O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), determinou a proibição do uso da linguagem neutra em eventos ligados à administração municipal, após um episódio que gerou grande repercussão durante a 15ª Conferência Municipal de Saúde. Durante o evento, o gestor interrompeu a fala da professora Maria Inês Barbosa ao ouvir a palavra “todes”, o que resultou em constrangimento e protestos.
A professora deixou a conferência alegando ter sido alvo de uma “postura autoritária” por parte do prefeito. Participantes do evento reagiram negativamente à atitude de Brunini e questionaram a conduta do gestor. Em resposta, o prefeito foi enfático: “Todes não existe. Todas as pessoas existem, todes não […] Todes é uma palavra que não existe na Língua Portuguesa. Qual dicionário está escrito todes?”, afirmou.
Abílio argumentou que a conferência, sendo um evento oficial e financiado pelo município, não deve ser usada como espaço para manifestações de “militância ideológica”. “Usar um instrumento legal da prefeitura de Cuiabá, que é a Conferência Municipal de Saúde, promovida e custeada pelo município, para transformar isso em um ato de militância do pronome neutro, não vamos aceitar”, declarou.
A declaração do prefeito repercutiu rapidamente na Câmara Municipal. O vereador e policial federal Rafael Ranalli (PL) apresentou um projeto de lei que propõe a proibição do uso da linguagem neutra ou não binária em documentos oficiais da administração pública e também nas instituições de ensino da rede municipal de Cuiabá.
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