O Rio Grande do Norte tem hoje mais de 33 mil pessoas na fila por cirurgias eletivas no Sistema Único de Saúde (SUS). O número representa um aumento de 22% em relação a maio de 2023, quando havia 27 mil pacientes aguardando. Mesmo com a realização de quase 90 mil procedimentos no último ano, a fila segue praticamente estável.
O secretário estadual de Saúde, Alexandre Motta, reconheceu em audiência pública na Assembleia Legislativa que o desafio permanece. Segundo ele, as filas mais críticas estão em cirurgias vasculares e urológicas, e muitas complicações, como amputações em pacientes diabéticos, poderiam ser evitadas com acompanhamento adequado na atenção básica.
Entre os procedimentos mais procurados no estado estão o tratamento cirúrgico de varizes, com mais de 2,4 mil pacientes na fila, a retirada de tumores de pele e cistos (2,1 mil) e a colecistectomia, que é a cirurgia de vesícula (2,1 mil). Outros casos frequentes envolvem hernias, histerectomias e postectomias.
Em 2024, o governo destinou R$ 54 milhões às cirurgias eletivas e projeta elevar esse valor para R$ 64,8 milhões em 2025. Apesar do reforço, os hospitais contratados enfrentam limitações de estrutura e profissionais, o que atrasa a realização dos procedimentos e mantém a fila em crescimento.
Para a presidente do Cosems/RN, Maria Eliza Garcia, o aumento de recursos é importante, mas precisa vir acompanhado de mudanças estruturais. Ela defende maior integração entre estado e municípios, mutirões e fortalecimento da atenção primária. “Sem planejamento, a fila permanece, e quem sofre é a população”, afirmou.
📸 Elisa Elsie
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