O prefeito de Equador/RN, Cletson Rivaldo de Oliveira, e o vice-prefeito Caio Ferreira tiveram seus mandatos cassados pela Justiça Eleitoral nesta sexta-feira (1º). A decisão foi proferida pelo juiz Wilson Neves de Medeiros Júnior, que também decretou a inelegibilidade de ambos por oito anos. A sentença apontou abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante as eleições de 2024. A medida ainda é passível de recurso ao Tribunal Regional Eleitoral. Enquanto isso, os gestores poderão permanecer nos cargos.
Segundo a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), o prefeito operava, com a ajuda de Eldrin Wenceslau, o perfil anônimo “O Sincerão” no Instagram. A conta foi usada para atacar adversários como Noeide Clemens, Cláudio Damião, José Frankiney e Camila Cantalice, com conteúdo ofensivo e inverídico. Camila, inclusive, teria desistido da candidatura devido aos ataques. A quebra de sigilo telemático confirmou o uso de dispositivos ligados ao prefeito para operar o perfil. A Justiça entendeu que as postagens ultrapassaram os limites da crítica política.
A sentença também reconheceu abuso de poder político por meio de contratações irregulares. A Prefeitura de Equador aumentou consideravelmente o número de cooperados no ano eleitoral, utilizando cooperativas de trabalho para empregar apoiadores. Testemunhas afirmaram que o vínculo aos cargos estava condicionado ao apoio à campanha de Cletson. Além disso, o prefeito usou discursos públicos para ameaçar opositores de forma velada, com frases como “melancia eu corto pelo talo”, demonstrando retaliações políticas.
O juiz considerou que as práticas adotadas pelos investigados comprometeram a igualdade de condições entre os candidatos e violaram a lisura do processo eleitoral. A gravidade dos fatos, somada à pequena dimensão do colégio eleitoral de Equador, com pouco mais de 5 mil eleitores, reforçou o impacto das irregularidades.
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