
Em sua última carta de Natal, escrita ainda na adolescência, Gerson de Melo Machado manifestou o desejo de se tornar policial florestal ou veterinário. O jovem, de 19 anos, morreu em decorrência dos ferimentos após invadir o recinto de uma leoa no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a Bica, em novembro de 2025.
A carta foi compartilhada nas redes sociais nesta terça-feira (16) pela conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhou Gerson durante parte de sua trajetória. O texto foi escrito enquanto ele estava no Centro Educacional do Adolescente (CEA).
Com o tema “Desejo do Coração”, Gerson relatou seus sonhos profissionais e também expressou o desejo de receber a visita da mãe, buscando carinho e afeto.
“Eu queria ter uma grande felicidade que eu nunca tive, mas como Deus é maior, um dia irei ter”, escreveu.
Na carta, o jovem ainda agradeceu aos professores, agentes socioeducativos, diretores e advogados da unidade onde estava acolhido.
Histórico de vulnerabilidade
Segundo a conselheira tutelar Verônica Oliveira, a mãe de Gerson enfrentava problemas psicológicos, o que levou ele e os irmãos a serem colocados para adoção. Em um dos episódios relatados, o jovem tentou retomar contato com a genitora, mas ouviu dela que não era mais sua mãe.
Em entrevista ao programa Arapuan Verdade, Verônica afirmou que Gerson cresceu em situação de extrema vulnerabilidade social e sem acesso adequado a direitos básicos, especialmente no campo da saúde mental.
“Ele foi uma criança sem direitos, foi um adolescente sem direitos e foi um adulto em um curto espaço de tempo sem nenhum direito. Ele precisava de cuidados na saúde mental”, declarou.
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