As chamadas canetas emagrecedoras, medicamentos aplicados por via subcutânea, vêm ganhando espaço entre pessoas que buscam emagrecimento rápido. Indicadas principalmente para tratar obesidade e diabetes tipo 2, elas utilizam substâncias como liraglutida, semaglutida, dulaglutida e tirzepatida, que imitam hormônios produzidos no intestino e ajudam a regular o metabolismo.
O crescimento do consumo também é percebido em Natal. Em uma farmácia da zona Leste, somente nos primeiros oito dias do mês de setembro, foram registradas 21 vendas, enquanto em outro estabelecimento da mesma região o número chegou a 29. De acordo com levantamento da reportagem TRIBUNA DO NORTE, a maioria das compradoras são mulheres entre 30 e 50 anos. Não há, no entanto, dados gerais sobre a comercialização desses produtos em escala local.
No entanto, Alessandra Barreto reforça que se trata de um tratamento contínuo: “Ninguém fala de efeito rebote para quem é hipertenso e para de usar a medicação. Então, também precisamos encarar a obesidade como uma doença crônica, recidivante e multifatorial. Por isso, o tratamento deve ser mantido para evitar o reganho de peso.”
Segundo a endocrinologista, os efeitos colaterais mais frequentes incluem náuseas, vômitos, diarreia e constipação. Ela alerta ainda que pacientes com histórico de pancreatite aguda ou carcinoma medular de tireoide devem redobrar os cuidados ao utilizar esses medicamentos.
A especialista também chama atenção para os riscos da automedicação: “Sem acompanhamento, há erros de dosagem, má gestão dos efeitos adversos e até diminuição de massa magra, energia e vitalidade”.
Vale destacar que, de acordo com a RDC nº 973/2025 da Anvisa, em vigor desde 23 de junho de 2025, os estabelecimentos farmacêuticos são obrigados a reter a segunda via da receita no ato da dispensação desses medicamentos. A medida visa coibir o uso indiscriminado dessas substâncias.
Fonte: tribuna do norte.