Ministros do governo brasileiro e lideranças bolsonaristas concordam em um ponto raro: o principal motivo que levou Donald Trump a buscar uma aproximação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas últimas semanas foi econômico.
A avaliação é de que o tarifaço imposto por Trump a produtos brasileiros, com alíquota de 50%, acabou tendo um efeito contrário ao esperado e prejudicou a economia dos Estados Unidos. O tema foi tratado durante a conversa telefônica entre os dois líderes, acompanhada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na segunda-feira (6).
Segundo Haddad, a população norte-americana percebeu nos últimos meses que as medidas “mais prejudicaram do que favoreceram” o próprio país. A análise é compartilhada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, que afirmou que o impacto das tarifas levou Trump a reabrir o diálogo com o Brasil.
Nos bastidores, aliados de Jair Bolsonaro também avaliam que a guinada de Trump tem motivações econômicas. “Trump é business puro”, disse à coluna um influente bolsonarista com trânsito na família do ex-presidente.
Durante a ligação, o líder americano chegou a comentar que os EUA estão “sentindo falta do café brasileiro”, um dos produtos mais afetados pelo tarifaço. O preço da bebida subiu 3,6% em agosto, o maior aumento mensal em 14 anos, segundo o Escritório de Estatísticas dos Estados Unidos.
Lula pediu a revogação das tarifas, e Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para conduzir as negociações. Do lado brasileiro, participarão o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o próprio Haddad.
A conversa foi iniciativa de Trump e aconteceu dias após o primeiro encontro pessoal entre os dois presidentes, durante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York.
✔️ Siga agora @megaportalrn
✔️📲 megaportalrn.com.br