Muito antes de Natal se transformar na capital potiguar que conhecemos hoje, com suas praias famosas e vida urbana agitada, a região já pulsava com história, cultura e vida, e tudo isso às margens do Rio Potengi. Ali, vivia a tribo dos Igapós, um dos mais importantes grupos indígenas do Rio Grande do Norte.
O nome Potengi, na língua indígena, significa “água ou riacho dos camarões”, e não por acaso. Os Potiguares que ocupavam desde o Rio Grande do Norte até a Paraíba tinham uma relação íntima com o mar e a pesca, a ponto de seu nome, em tupi-guarani, significar “comedores de camarão”. Os Igapós eram parte dessa imensa nação, mas viviam especificamente na região onde hoje se encontra o bairro Igapó, cercados por manguezais e pelas águas ricas do rio.
O próprio termo Igapó vem do tupi e significa “rio de raízes”, uma referência direta aos manguezais. Esse cenário era o lar perfeito para a tribo, que dominava as técnicas de pesca e mantinha uma relação de profundo respeito com a natureza. Até a metade do século XVII, quando Natal tinha apenas 12 casas e cerca de 80 moradores, os Igapós eram maioria absoluta na região, com quase 4 mil habitantes, dentro de um total de mais de 90 mil potiguares espalhados pelo território.
Com a chegada dos colonizadores portugueses, a história começou a mudar. No final do século XVII, muitos Igapós foram levados para o aldeamento de São Miguel do Guajiru, em Extremoz, para que suas terras às margens do Potengi pudessem ser arrendadas. Ainda assim, sua presença e legado permaneceram vivos na cultura local.
Hoje, o bairro Igapó é considerado o mais antigo do Rio Grande do Norte, antecedendo até mesmo a expansão da chamada Cidade Alta, no centro de Natal. E não para por aí, é lá que se encontra a primeira ponte de ferro construída no Brasil, a famosa Ponte Velha de Igapó, que atravessa o Rio Potengi, conectando histórias e memórias.
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