A dança no Rio Grande do Norte vive um momento paradoxal. De um lado, artistas e grupos independentes movimentam a cena com espetáculos autorais, festivais locais e produções que ganham visibilidade até fora do Estado. A criatividade e a resistência marcam o setor, que se reinventa constantemente, mesmo diante de tantas dificuldades.
Por outro lado, a ausência de políticas culturais estruturadas ainda impõe barreiras ao crescimento da dança potiguar. A falta de editais permanentes, escassez de investimentos públicos, carência de espaços adequados e a descontinuidade de programas governamentais fragilizam a cadeia produtiva e colocam em risco a sustentabilidade de iniciativas que florescem no cenário local.
O contraste é claro: enquanto os artistas insistem em criar e dar visibilidade ao seu trabalho, o poder público não acompanha essa vitalidade com ações consistentes. A consequência é uma cena rica em talento, mas vulnerável diante da falta de apoio institucional.
Mais do que resistir, a dança potiguar precisa ser reconhecida como patrimônio cultural vivo, merecedora de políticas públicas estáveis que garantam não só a sobrevivência, mas a expansão de uma arte que já provou sua força e relevância na identidade do Estado.