Um século de arte criada no Rio Grande do Norte em uma única exibição. É o que estará exposto na mostra “Feito potiguar: identidade e memória das artes visuais do RN”, que será aberta no dia 26 (sexta), às 18h, na Pinacoteca do Estado. A exposição, uma parceria do Sebrae-RN com o Conselho Estadual de Cultura, visa resgatar a memória local ao reunir obras de artistas que ajudaram a construir o cenário artístico do estado desde o fim do século XIX, moldando a identidade visual norte-rio-grandense. A curadoria é de Manoel Onofre.
A mostra vai reunir ao todo obras de 51 potiguares já falecidos, em sua maioria pinçadas do acervo da Pinacoteca – incluindo peças inéditas. Além de homenagear os mestres ‘in memoriam’, a programação vai “revelar as diversas camadas que compõem o ser potiguar”, desde a representação da paisagem e do cotidiano até a exaltação da cultura popular, dos personagens que habitam a memória coletiva, da natureza exuberante, e do legado feminino na arte.
A seleção traz nomes como Erasmo Xavier, Moura Rabello, Newton Navarro, Dorian Gray, Xico Santeiro, Maria do Santíssimo, Leopoldo Nelson, Zaíra Caldas, entre outros. Na ocasião, também serão homenageados dois nomes que partiram recentemente: Célia Albuquerque e Vatenor, o “pintor dos cajus”.
A exposição será dividida em quatro módulos temáticos: “Poética Fundante” traz paisagens que vão do litoral ao sertão, registros dos casarios históricos, dos trabalhadores do campo e da pesca, e das figura populares; o módulo “Cascudo, as Tradições e o Folclore” apresenta obras que celebram as festas populares e os ritos de fé, devoção e misticismo que permeiam o cotidiano do povo potiguar.
Já o módulo “Natureza Viva” tem como fio condutor a exuberância da flora e fauna potiguar, com destaque para o caju, símbolo maior do RN; e “Feito Feminino” é o núcleo que faz um tributo às mulheres potiguares que romperam barreiras e construíram um caminho significativo no cenário das artes visuais.
Dentre as obras que podem surpreender o público, Manoel Onofre destaca o “Galo Branco”, de Antônio Soares e a sua releitura colorida feita pela artesã Dona Neném; uma tapeçaria de Dorian Gray nunca antes exposta, com 4 metros de extensão, e ainda obras de Joaquim Fabrício resgatada com apoio da Inteligência Artificial. O pintor é figura importante na história potiguar e estudou na Academia Imperial de Belas Artes, no RJ, com financiamento de D. Pedro II.
Para Manoel Onofre, a exposição vem em um momento que torna urgente resgatar e tornar acessível ao público as obras de artistas potiguares que, com suas diferentes linguagens e perspectivas, contribuíram para a formação da identidade visual do RN. “É fundamental tornar acessível ao público esse legado, permitindo que novas gerações conheçam e se apropriem da arte potiguar”, observou.
Segundo Onofre, cada núcleo é uma janela para diferentes facetas do imaginário local. “A exuberância da flora com o caju como protagonista, e a exaltação da figura feminina na construção da arte potiguar completam este panorama, tecendo um fio condutor que une passado e presente, tradição e inovação”, disse.
O diretor superintendente do Sebrae-RN, Zeca Melo, considera que a exposição resgata a autoestima e orgulho potiguares. “A valorização da arte potiguar é mais uma forma de reconhecer e apreciar o que é intrinsecamente nosso. Por esse motivo, surgiu a ideia de fazer uma exposição que traduz a poética visual do projeto; e isso não poderia começar de outra forma que não com uma exibição das obras de quem, de fato, construiu o percurso das artes no RN”, declarou.
Serviço:
Exposição “Feito potiguar: identidade e memória das artes visuais do RN”. Abertura dia 26 (sexta), às 18h, na Pinacoteca do Estado, Cidade Alta. Até 30/11.
Fonte: Tribuna do Norte
✔️ Siga agora @megaportalrn
✔️📲 megaportalrn.com.br