Adam Raine, de 16 anos, morreu em abril após conversar por meses sobre o tema com o ChatGPT.
Os pais de um adolescente que se suicidou após o ChatGPT o orientar sobre métodos de autoagressão processaram a OpenAI, dona da IA, e seu presidente-executivo, Sam Altman, nesta terça-feira (26).
Adam Raine, de 16 anos, morreu em 11 de abril após conversar por meses sobre suicídio com o ChatGPT, de acordo com a ação judicial apresentada pelos pais dele no tribunal estadual de São Francisco, nos Estados Unidos.
A ação judicial quer responsabilizar a OpenAI por homicídio culposo e violações das leis de segurança de produtos, além de buscar indenizações monetárias não especificadas.
Segundo pais de Raine, a empresa priorizou o lucro em detrimento da segurança ao lançar a versão GPT-4o de seu chatbot no ano passado.
No processo, a família alega que a OpenAI estava ciente de que características da versão, como lembrar interações passadas, imitar empatia humana e oferecer validação excessiva poderiam representar riscos para usuários vulneráveis na ausência de salvaguardas, mas lançou o produto mesmo assim.
Os responsáveis alegam que o ChatGPT validou os pensamentos suicidas de Raine, forneceu informações detalhadas sobre métodos letais de automutilação e o instruiu sobre como roubar álcool do armário de bebidas de seus pais e esconder evidências de uma tentativa fracassada de suicídio.
O ChatGPT até se ofereceu para redigir uma nota de suicídio, disseram os pais, Matthew e Maria Raine, no processo.
O que diz a OpenAI
Um porta-voz da OpenAI disse que a empresa está triste pelo falecimento de Raine e que o ChatGPT possui salvaguardas, como direcionar pessoas para linhas de apoio em situações de crise.
“Embora essas proteções funcionem melhor em trocas curtas e comuns, aprendemos ao longo do tempo que elas podem se tornar menos confiáveis em interações longas, nas quais partes do treinamento de segurança do modelo podem se degradar”, disse o porta-voz, acrescentando que a OpenAI vai aprimorar de forma contínua suas proteções.
A OpenAI não comentou especificamente sobre as alegações feitas na ação judicial.
Fonte: G1.